segunda-feira, 16 de abril de 2007

Flor de Liz

Há, neste ponto do velho oeste onde eu vivo, um supermercado que enche, lota, congestiona mesmo nos finais de semana de chuva ou véspera de datas festivas.

Em nada se parece com o “Flor de Liz – Mini Mercado e Bazar”, onde uma noninha (ou vovó, como queiram) anota tua dívida na caderneta enquanto a neta empacota tuas compras. Não, não.

Trata-se de estabelecimento renomado, com filiais e tal. Os donos da bola e do campinho, entende? Muito bem integrado à lógica capitalista de acumulação de plata e sacaneamento de funcionários. Sim, pois o tal funciona de segunda a sábado, até todas as estrelinhas iluminarem o céu, e (em regra) aos domingos também.

Já me disseram (assim, na cara): Êta pensamento provinciano! Quer o quê? Que o mercado feche às seis?? Respondo: Não precisaria nem fechar. Nunca. Implico apenas porque quando se trata de jornada de trabalho, não sou só provinciana. Sou provinciana católica fervorosa, daquelas de guardar domingos, festas de guarda e tudo o mais.

Vai daí que eu adoraria acreditar que todos ali trabalham em turnos civilizados, não submetidos ao tal Banco de Horas, onde o domingo em que você ralou e não ficou com seus filhos, amigos e netos, pode ser “guardado” e “gozado” numa outra oportunidade acordada entre você e seu patrão. Por exemplo, numa terça-feira, pra você assistir sessão da tarde enquanto faxina. Adoraria realmente. Mas minha pouca crença no sistema e o fato de ver sempre as mesmas carinhas, toda vez e em qualquer horário em que faça minhas compras, não me permitem.

Vejamos, cobram bem, exploram a peonada e tem aquele ar bem sucedido. Climatizadores, pinturas novas, música ambiente e logomarca espalhada em tudo quanto é canto, pra você não esquecer onde está.

E pra alimentar um pouco minha implicância, tem ainda a limitação de vagas para carros no estacionamento coberto. Quando tomo um banhão de chuva porque não acho vaga coberta, não consigo deixar de pensar que, POXA! Os caras não iam ficar pobres por cobrir também as... sei lá... oitenta, cem vagas restantes. Ou será que tem clientes que preferem vagas ao ar livre, maior contato com a natureza?
Sou mais a noninha. Se bobear, ela ainda me oferece um guarda-chuva até o carro.

Um comentário:

Flávia D. disse...

Faltou contar do stress do povo...hehehe...perfeito amiga...vê se me visita também...
beijoos