quinta-feira, 29 de abril de 2010

Brothers






























Percebem? Esse sorriso, não é o mesmo? Chamam a isso cumplicidade. Mas é mais. É a forma de amor mais confortável.

Dos pais a gente espera todas as respostas, dos amores cobramos o vigor romântico dos roteiros batidos e queremos sempre amigos dedicados a nos ouvir. O ato de amar passa quase sempre por preencher e ver preenchidos uma série de quesitos. Não te parece?

Mas aí, pra que a vida fique um tanto mais leve, pra que vez ou outra possamos nos voltar para alguém que não alimente tantas expectativas a nosso respeito e ainda assim, nos ame incondicionalmente, pra isso existem os irmãos.

Isto porque os irmãos já desconfiam há tempos que a gente não sabe nem um terço das respostas, mas que se eles precisarem, a gente pode ajudar a enrolar. Deles relevamos o mau humor matutino/vespertino/noturno e a ausência. Mais que isso, não apenas relevamos nós as compreendemos mesmo. A gente não se derrama em palavrinhas todas as semanas pra dizer como é bom que nosso irmão tenha cruzado nossa vida e como queremos que "isso" dure pra sempre, mas vai durar, independente inclusive, da nossa vontade.

Daí, quando você faz uma bobagem bem grande, quando se decepciona demais, quando quebra aquele vaso bonito, quando não está afim de manter a postura, quando quer soltar o ar e deixar aparecer a barriga, quando não aguenta mais ter de parecer interessante, politizado ou compreensivo, você chama ele pra brincar, ou pra um café.

Quando ganha um brinquedo novo, quando sobe um degrauzinho, você sabe, não tem a mesma graça se ele não estiver por perto. E quando ele brilha um tantinho além do usual, você também se ilumina e engole mil vezes aquele pio da coruja.


Ps.: Nas fotos, meus filhotes em um momento "cumplicidade total"; e esta coruja cabeluda que vos escreve com o sindicalista mais gato do sul do mundo (que por acaso vem a ser meu mano) em uma foto que ele detesta, em um dos tantos momentos de celebração.

Ps2: Parabéns Tião.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Diário de bordo

Quando você só comenta o final de semana no final da terça, é sinal de que a digestão pode não estar sendo fácil.

Chuva.

Fui pra Floripa um dia antes de uma reunião para poder estar em uma palestra. Já comecei com o pé direito, dormindo assim que cheguei no hotel e não perdendo a tal por pura sorte mesmo.

E chuva.

A palestrante era doida e defendia, quase histérica, que a principal, se não a única trincheira de defesa dos direitos das mulheres, é o judiciário brasileiro. Diz a fofa que se a gente gravar as agressões com celular e abarrotar os tribunais com ações, a coisa melhora.
Eu costumo achar graça dessa fé que o povo leva no ato de "meter um processo". Mas quando a pessoa se apresenta como sendo "da área do direito", sinto algo que parece um pouco com vergonha alheia, só que é mais constragedor.

Mais chuva.

Passagem de tempo (porque postar sobre reunião seria o fim).

Continua chovendo.

Em outros tempos eu me perguntaria se fiz algo errado. Hoje a resposta me ocorre de imediato e já não me espanta. É provavel que sim. Mas né... Reflexão pra que se você não pretende mudar mesmo?

Chove, chove, chove.

Com tempo vago, você acha de filosofar. E filosofia em quarto de hotel é o que há. Rola na cama espreguiçando e falando sozinha. Cochila. Liga pros filhos. Tem uma crise de riso lembrando do quanto é desajeitada. Assiste metade de um filme. Pensa besteira e esconde a cabeça no travesseiro, morrendo de vergonha. Cochila mais uma vez.

E a chuva NÃO quer parar.

Amigos queridos que não vemos há tempos. Vê-los de pertinho, rir com eles até ficar com sono... Eis algo que pode salvar qualquer dia de chuva.

Outro dia chega, com muita chuva ainda.

A volta. O vôo não pousa em Chapecó. A chuva apaga as tochas que iluminam a pista, imagino. Quase três horas sacudindo sem parar em um aviãozinho da Ocean. Voltamos ao ponto de partida. No aeroporto, um busão nos esperava para sacudirmos em terra (firme?) por mais dez horas até o lar, doce lar. Chego de madrugada, A-CA-BA-DA.
Não sem antes ser informada, durante um jantar no meio do nada, do resultado do Grenal.

Mas hoje...

A chuva parou!!! Parou. Sem chuva. Parece mentira. Mas não. Parou mesmo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O feriado com chuva e o festival de maquiagem






Sorteamos quem maquiaria quem. Eu maquiei Marina, Marina maquiou Carlos e (surpresa!!) os dois maquiaram a mamãe. Tema livre. Quem escolhe é quem maquia.
Marina virou uma boneca. Carlos, algo entre zumbi e vampiro, e eu um tipo de palhaço de noite das bruxas com direito a raio de Harry Potter (pode rir, eu deixo).
Foi divertida demais a brincadeira, limpar nem tanto.

domingo, 18 de abril de 2010

Um título e uma vingancinha coreografada

O TÍTULO
Eu nem vou tentar traduzir em palavras o que o meu Colorado me faz passar às vezes.
O Fossati reza uma barbaridade durante o jogo, e o pior é que num dado momento, não tem como não considerar que talvez sejam as suas preces o fator surpresa.
Mas enfim, tamo lá, é nóis. 3X2, de virada. A final do gauchão acontece então em dois Grenais. Sofre, cabeluda. Sofre.

A VINGANCINHA

Quem disse que a tv aberta não compensa.

Rola um concursinho de dança no Faustão. Quem estava lá? Marcelinho Carioca. Ídolo da Fiel. Dançando o que? Y.M.C.A., Village People. JURO. Tô vingada.

Claro. Já está no Youtube. Eu não vou colocar o vídeo aqui neste espaço família. Mas o link está aqui. Quase com dó. Nem corintiano merece um constrangimento desse.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O plano


Eu não lembro muita coisa dele. Eu tenho péssima memória, vocês sabem. Na verdade eu nem tenho certeza de que tenha realmente havido um plano.

Mas lá pelo dezesseis anos a maioria de nós tem opiniões muito firmes a respeito de quase tudo (geralmente amparadas no nosso vasto conhecimento do mundo), medos e uma penca de complexos (tem, né? Ou foi só comigo?). E nesta base sólida (opiniões firmes/limitadas+medo+complexos infindáveis) a gente acaba traçando um plano de como será nossa vida.

Com dezesseis anos eu pesava em torno de quarenta quilos e, óbvio, odiava meus joelhos e minha boca (imensa!). Pouco envolvida com as causas humanitárias e livre de preocupações com minha subsistência, meu maior medo era mesmo nunca chegar a pesar cinquenta quilos.

O plano original era mais ou menos esse:

-Nunca me afastar do mar (porque nesta época eu morava em Floripa);

-Cursar engenharia civil (estudava em escola técnica e achava linda aquela parafernalha que o pessoal de Edificações carregava no ônibus);

-Cortar os cabelos assim que fizesse 25 anos (tinha gente que dizia que eu não engordava por culpa do cabelo que "roubava" minhas vitaminas. Eu sabia que aquilo era absurdo. Mas se eu chegasse aos 25 com aqueles joelhos, valeria a tentativa);

-Ter somente filhos adotivos (??? não lembro da justificativa desse);

-E... Casar com o Humberto Gessinger. Na verdade acho que o plano era só esse. Eu já tinha ido a uns dois shows do Engenheiros e estava decidida. Questão de tempo. Apenas o necessário para tomar um pouco mais de peso e surgir a oportunidade de nossos olhares se cruzarem de forma que ele pudesse me reconhecer (escrita que estava no seu destino ele certamente me reconheceria).

Um ano depois eu já estava bem longe do mar. Me ocorreu na época do vestibular que alguém que NUNCA conseguiu ser aprovada sem recuperação em matérias como matemática e física, talvez devesse tentar carreira na área de humanas. Cheguei aos 25 com menos de cinquenta quilos ainda (49 para ser exata) mas os joelhos já estavam muito melhores. Tive meus dois filhos da forma convencional mesmo. E não casei com Humberto Gessinger. Na verdade, uns três anos depois de sair de Florianópolis vi uma entrevista dele em seu apartamento. Ao fundo, uma bandeira do Grêmio tomava a parede toda. Bastante consolada, convenci-me que não seria uma convivência nada fácil a nossa.

Hoje com menos certezas, menos complexos (58 kg), quase o dobro do cabelo e seguramente mais medos, abandonei de vez o plano de ter um plano. E quanto mais me distancio dele, mais segura fico de estar no caminho certo.





E com desejos de que vocês tenham todos um final de semana de grandes e pequenas surpresas felizes...

Deixo para vosso deleite meu ex-futuro-marido, Humberto Gessinger, tricolor :( e Duda Leindecker, Colorado :), em um vídeo bem amador de uma apresentação do projeto Pouca Vogal ("a menor banda de rock do Rio Grande").
Dentre tantas canções do Engenheiros que eles interpretam com lindos e novos arranjos, acabei ainda ficando com essa do Cidadão Quem, minha preferida do show.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bom hábito


Depois de tudo. Depois de chegar do trabalho, depois de voltar pra rua porque a empregada não passou a lista do mercado durante o dia. Depois de guardar tudo nos devidos lugares, de conferir os temas e fazer mais uma caneca de sucrilhos para cada um. Depois de atender minha mãe no telefone (ou de ligar pra ela). Depois do banho bem quente. Depois de sentar na frente da TV para assistir um filminho dublado até eles dormirem e arrastá-los para a cama (para a minha, geralmente). Depois de molhar a Eleonora e as outras plantinhas. Depois de dar comida pro peixe.

Depois de tudo isso, eu sento no chão da cozinha.

De pés descalços, com as costas apoiadas no balcão da pia, eu fico esperando a Mel comer a ração. Ela anda mais carente que a média da casa (que não é nada baixa), só come se eu ficar sentada ao lado dela. Assim seja.

Sentada ao lado do pote de ração, tomo um chá e leio uma página da revista que eu comprei há quase um mês. Olho pro teto. No chão, conto os quadros de cerâmica enquanto releio mentalmente os emails do dia, formulo as respostas espirituosas que eu não consegui dar naquele telefonema. Penso no almoço de amanhã e naquele trabalho de aula do Carlos. Dou muita risada lembrando daquele tropeço na saída do elevador. E tudo vai sumindo, ficando distante, como se voassem esses pensamentos de dentro da minha cabeleira, diretamente para pastas de um arquivo cujas chaves não possuo. Deixo legiões inteiras de fantasmas no chão da cozinha, todas as noites. É um bom hábito, penso. Duro vai ser quando o inverno chegar.



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Monday


Tem umas coisas que eu queria falar/escrever, mas aqui não dá.

Tem uma historinha na minha cabeça, mas acho que hoje não dá tempo de colocar no papel.

Então, só porque eu estou mesmo com saudade daqui e porque eu ouvi essa música (que não ouvia há tanto tempo) no rádio hoje bem cedinho, vou deixar ela aqui pra vocês.
Não está na sua melhor resolução, porque o original foi tirado do ar. Ainda assim, vale muito a pena.Esse clipe, dirigido pelo Selton Melo (sim, o João Estrela), é um dos mais bonitos do rock nacional e um dos últimos do Ira!.



Volto assim que der.
Boa semana. Que ela passe mais lenta, que nos seja possível sentir as nuances, os sabores e texturas.
Como ensinou Caio Fernando Abreu: que seja doce.
Cuidem-se, mas não exagerem.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Gracias a la vida


É verdade que um dia antes do aniver, sofri uma intoxicação alimentar leve. E foi um saco, claro.

Porém, contudo, todavia, entretanto...

É verdade também que na manhã do aniversário meus filhotes me acordaram com café da manhã na cama, preparado por eles. Montaram uma cesta de páscoa pra mim cheia de jujubinhas, coelhinhos e ovos. Produziram cartões e teve até balão surpresa (o primeiro da minha vida, que eu lembre), cheio de pulseirinhas de plástico.

É verdade ainda que a casa está abarrotada de ovos e bombons, meus e deles, esperando minha recuperação.

Teve mensagens, telefonemas e abraços tão carinhosos... E presentes, tão fofos.

E no final do dia meu Colorado, também aniversariando, resolveu que a tarde era de vencer bonito.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tim-tim

Meu Colorado tá vivo. Deu um suspiro, abriu os olhinhos... Deve chegar bem ao nosso aniversário no domingo.
E por falar nesta data querida, hoje fiz meu primeiro brinde de aniversário. Chá com canela. Estão, portanto, abertos oficialmente os festejos.
Meus pais são católicos, então tem uma onda de não comer carne, de hoje até a Páscoa. Vai daí que mamis me convocou pra fazer strogonoff de camarão na casa dela no almoço de hoje. Para amanhã estava pensado num linguado com molho de manga. Penitência assim até inspira uma conversão, hein?
A Mel voltou do pet com perfume de chocolate e lacinhos decorados com cenourinhas. Abuso.
Meu Verdão já tá tomando 6 (SEIS) gols do Galo. Bando de provalecidos...