sexta-feira, 30 de março de 2012

Pra não dizer que não falei de ti

A você, perfeita criatura, sempre com o dedo em riste pra não deixar escapar nenhum pecado (dos outros);
ao “profissional” que teve a grande sacada de deixar de lado o ofício em si e passou a se dedicar a arte de lamber sacos; 
ao vizinho amargurado que odeia música, crianças, cachorros e “aqueles barulhos de noite”; 
ao chefe inseguro e pouco competente que está neste exato momento se equilibrando como pode sobre os pescoços de seus prepostos; 
a você mau político que ainda não decorou a sigla de seu novo partido mas vai gastar MINHA GRANA neste findi; 
a você que (colonizado até o último fio de cabelo) sinceramente acredita que tua cor, teu sexo ou teu dinheiro te faz melhor que alguém; 
a você que se ocupa arduamente de vidas que não a sua e que acredita piamente que nosso gramado é mais verde e que isso não é justo; 
a vocês todos um lindo final de semana, visse?!
E deixa eu explicar, não é que a gente do lado de cá (sim benzinho, são lados opostos) não perceba a tua presença. A gente apenas não se ocupa dela além do estritamente necessário.

Então, bom findi. Porque olha... Você tá precisando mais.


quarta-feira, 28 de março de 2012

trinta e nove voltas em torno do sol (parte 1)

Gestante linda em início de gravidez me perguntou outro dia quanto tempo meu corpo levou pra voltar ao normal depois dos partos dos pequenos. Menti, óbvio. Sem remorso. Situações que nos forçam a mentir, por certo também devem nos absolver, pois não? 

A modalidade da mentira utilizada no caso foi a da "mentira por simplificação". Quando a "toda a verdade" é densa demais para o momento ou chatinha de explicar, a gente pode (deve, na verdade) optar por uma simplificação desta, não esquecendo que tal resuminho implica em nada mais do que a aqui descrita "mentirinha por simplificação" uma vez que acaba por ocultar o cerne da coisa, se é que me entendem. Em consulta ao oráculo Google descobri, para minha humana alegria, que esta categoria de mentira não chega, em regra, a ser considerada uma "mentira deslavada" ou uma "falsidade sem vergonha", títulos que arrastariam seus autores para as profundezas. Não. De fato, é considerada por renomados cientistas teólogos como sendo nada mais que um pecadinho. Seu correspondente em uma infração de trânsito por exemplo, seria o de estacionar em vaga proibida.

"Ah... em um ano estava tudo mais ou menos igual." Desconversei.

Se toda a verdade fosse oportuna, eu olharia diretamente nos seus lindos olhos brilhantes e responderia serena: "Nunca. Nunquinha, entende meu bem?!" Vê bem: se nada, NA-DA mais vai ser como antes, porque o corpo deveria? Se uma vida nova se inaugura diante da gente, porque não novas curvas (ou, vá lá, dobrinhas). 
Embora as medidas (e imagino que se referia a elas) possam voltar ao mesmo ponto (e não foi meu caso), a verdade é que a gente nem chega a se lembrar novamente como eram as coisas antes da maternidade e nunca mais nos vemos da mesma forma. 

Como todo o resto, divertir-se vai depender da nossa disposição.

A gente pode passar o resto da vida olhando fotos que nos espanam na cara como nossa cintura era fininha e nosso rosto tão lisinho. Decidir que a gente vai se parecer com elas por todo o tempo que nos for possível, custe o que custar.
Ou...
Tirar novas fotos e resolver que a cada nova fase da vida a gente vai merecer novas poses, roupas novas em novos tamanhos e cores.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Um post de adeus

Em noventa e cinco por cento dos dias, de dezembro (início oficial do verão, ainda trabalhando) até a semana passada (quando acabaram minhas férias) os pisantes foram esses. Pra quase tudo.
Teve um dia que não. Eu lembro. O “dia da fonte”. O dia da fonte daria uma boa história, mas levaria o que me redta de dignidade.
Mas nos dias mais felizes eram sempre eles: os chinelos.

Mas o mundo girou, o verão se foi e agora estamos aqui, vivendo os dias da despedida. Da despedida não, do até breve.


quinta-feira, 22 de março de 2012

Novas tecnologias, velhos preconceitos

Terminei ontem a leitura do primeiro livro no celular.
Ao contrário do que imaginava, trata-se de uma leitura bem confortável.
Se a gente dispuser de um aparelho com a tela grandinha acaba tendo mesmo várias vantagens em relação aos livros impressos: pode-se ler em qualquer lugar e com qualquer (ou nenhuma) luminosidade, vai com a gente pra todo canto sem ocupar espaço algum e é mais prático e leve para segurar durante a leitura.
O ponto negativo é o consumo da bateria e os ainda poucos (mas nem tão poucos) títulos disponíveis.
Mas no geral, gostei bastante.

As férias de fevereiro seriam, por si só, uma excelente desculpa para a escolha da obra “Férias”, da irlandesa Marian Keyes, menos pelo título sugestivo e mais pelas características que permeiam as obras da autora: textos leves e engraçados retratando heroínas pra lá de “humanas”.
A verdade porém é que no último ano, as leituras ditas menos densas têm sido as minhas favoritas. Tanto é assim que leio todos os livros que compro para os pequenos: “Desventuras em série”, “Como treinar seu dragão”, “Querido diário otário”... E.adoro.

Mas “Férias” me surpreendeu para o bem no sentido de não ser tão “bobinho” quanto desenhavam minhas expectativas. Bem escrito e super bem enredado, contando as aventuras de uma toxicômana em um centro de reabilitação. Na verdade, trata da conquista da autoestima e do amadurecimento.
Recomendo.

Ps.: aplicativo novo, post escrito do celular.  :P