terça-feira, 28 de julho de 2009

By the way


De férias. Férias não, que são só dez dias. E na segunda já estou de volta. E como tem uns compromissos que não dá pra fugir, digamos que não são férias, mas estamos operando em modo Dorival Caymmi.
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No final de semana estávamos em Curitiba. Frio e chuvinha, que nem de longe estragaram o passeio.
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Só para constar (parte 1): Essa semana, mais que as outras, há uma redoma por aqui, ok? Nem tente. Se você ligar e me aborrecer, não te atendo mais. Já assistimos pouca tv, e nessa semana os notíciários foram simplesmente abolidos. É sério. Foi grosseiro, eu nem revido. É a prova de som e de odores. Tem visão e memória absolutamente seletivas.
Estamos muito felizes e aproveitando cada minutinho. Reclamações de qualquer ordem podem ser encaminhadas por escrito, em três vias, acompanhadas de foto 8X13, em envelope azul, diretamente para a sede nacional da CNBB.
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Só pra constar (mesmo) (parte 2): Coisas pra não dizer a um filho: "eu fracassei como pai". Exceto no caso de o rebento se tratar de um notório filho da puta (e olhe lá). Ainda que o tal seja viciado em vídeo game, não saiba administrar contas ou não tenha aprendido a comer com talheres, é bom lembrar que as frases de efeito, tão eficientes nas novelas, costumam funcionar apenas por lá. Na vida real, seguimos todos remando pro mesmo lado, tentando acertar, e dificilmente, espanar defeitos na cara uns dos outros pode ajudar de alguma forma.
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Por aqui, claro, Zeca Baleiro. A semana é dele.



quinta-feira, 23 de julho de 2009

jabazim




Os Operários do Direito,
de Herval Pina Ribeiro.

Em Chapecó:
Noite de autógrafos, dia 30, Café Brasiliano, 18:30h.

Aula Magna Escola do Sinjusc, 31 de julho, Auditório do Fórum de Chapecó, 17:00h



segunda-feira, 20 de julho de 2009

Começando a semana


O conto do post abaixo eu escrevi na quarta-feira a tarde. Ele na verdade, é um sonho recorrente que eu tenho com um tio falecido num acidente há muitos anos. Não sonho que se sonha dormindo. Como um sonho de natal, entende? Como pensei nele naquela tarde toda, resolvi colocar no papel, e depois aqui. Mas acabei deixando pra postar na quinta.
Na mesma noite de quarta, perdi um amigo. Um homem jovem nos seus quarenta anos, cujo coração parou sem aviso, enquanto ele passeava com sua companheira.

Nos dois casos, se dizia (com justiça) nas cerimônias, que foram homens que amaram intensamente, e foram felizes.
Minha semana começa hoje, segunda-feira. Então, o grenal de ontem é parte da semana passada, ok? A cereja do bolo de uma semana ridícula.
Uma semana leve e feliz pra todos nós. De recomeços e boas notícias.
Update: Dia do Amigo! Hoje é dia do amigo. Um beijo, um cheiro, um abraço do tamanho do mundo pros melhores amigos do mundo: os meus.


Dico


Vovó olhava desconsertada a fatia de bolo que derrubara. Ninguém agora, com certeza, prestava a menor atenção naquela porção de glacê no chão.

A entrada daquele homem de passinho apressado, esfregando as mãos para espantar o frio, parecia ter paralisado a todos.

Poderia estar acontecendo? Seria sonho? Cada passo dele nos dizia que não.

Ele sabe exatamente o que estamos sentindo, mas age como se tivesse nos deixado ontem, como se tivesse partido a pouco, em mais uma de suas andanças. É intencional, penso eu. Afinal, como se volta pra casa? Como se chega para o almoço de natal, passados já mais de dez anos?

Talvez, diante de uma situação tão surreal a ação mais esperada fosse essa mesmo, tentar fazer tudo um pouco mais natural.

Todos correm acudir vovó. Não porque grite ou chore, mas porque seus olhos continuam fixos no chão e no bolo.

Porém, quando finalmente puxa o fôlego e se levanta da velha poltrona coberta com a manta de crochê, aquela mulher parece absolutamente serena.

Estendendo as mãos, ela toca o rosto do filho que perderá já criado, homem feito. É ele. O mesmo sorriso de olhos marejados. Nada mudou, nenhum traço, nem uma única marca daquele acidente estúpido que o havia tirado de todos. Não envelheceu um único dia. Nem se curou de suas mazelas. Em uma das mãos ainda lhe falta o dedo mínimo e é questão de tempo até que ele mesmo tome a iniciativa de alguma piada a respeito.

Quando finalmente mãe e filho se abraçam, todos parecem voltar a respirar. As expressões, as mais variadas, voltam aos rostos. Um pequeno tumulto começa, e parece crescer a cada minuto.

Todos estão agora cheios de perguntas: Mas como é possível? Onde você esteve? Enganou a todos? É um anjo? Viu alguém?

A nada ele pode responder. Não sabe. Sabe que estava, que ficou muito tempo sem estar, e que agora voltou, ao que parece, pra ficar.

Cresce a movimentação.

- É preciso avisar aos filhos.

- Alguém me passa o telefone.

- Quem acreditará?

- Tantas coisas pra te contar...

- A empresa faliu.

- Que pena seu pai não estar aqui.

- Você já é avô, sabia?

Ele ouve de olhos arregalados, em êxtase, com aquela felicidade que traz consigo quem chega de muito longe.

Agora, todos sentados conforme a possibilidade, cada um dá um jeitinho de ficar próximo dele, do seu olhar. Mais e mais gente vem chegando. Nem percebemos o cair da tarde.

Eu também estou ali. Finalmente consigo tocá-lo. Quero contar que tenho filhos e que são tão lindos. Que fiz coisas que eu não sabia que seria capaz, e que meus argumentos, talvez apenas ele pudesse entender.

Mas depois. Não agora. Agora me basta contemplar a felicidade de todos nós.


terça-feira, 14 de julho de 2009

S.O.S.

A porta do banheiro do meu quarto está estragada. Faz mais de ano.

A cadeira do computador não tem encosto e está solta. Também faz mais de ano.

A lâmpada da cozinha não funciona, nem a da área de serviço.

Meu carro está com um vidro quebrado. Faz mais de uma semana.

Fiquei uma semana enchendo um pneu todo santo dia, porque "não tinha tempo" de deixar pra trocar. Quando ele passou a esvaziar bem mais rápido, foi finalmente consertado.

A torneira da cozinha está torta e se você abrir com força pode molhar o refrigerador.

As continhas, ai, as continhas.

Meu cabelo precisa ser pintado. E hidratado também.

A correia da Catarina eu consertei com fita isolante.



Digamos que em alguns aspectos da vida eu até tenho mandado bem, mas em outros faz-se necessária uma reação, ou uma governança, ou um milagre. O que vier primeiro.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Let's Rock


Saí de casa na quinta-feira disposta a desafiar aquela bobagem da física de que um corpo não pode estar em três lugares ao mesmo tempo.

Voltei com a comprovação de um ditado popular que diz que quem faz tudo, faz tudo mal feito.

Mas, ó... Eu tentei.

E ontem o dia foi das crias. Só delas. Fila de cineminha, jogo no computador. Até secamos o greminho juntos, já que o jogo que interessava nem passou.
O Carlos: Como é que pode, mãe. Como é que o cara não defende uma bolinha dessas?
A Marina: Pra mim pareceu do mesmo tamanho das outras.

E por falar em bolinha, olha meu Colorado descendo a ladeira.


Momento do dia:

Carlos se mostrando numa versão online do Guitar hero. Deep Purple, minha gente. A preferida do rebento é Smoke on the Water.
E a minha filhotinha (que anda numa fase confusa e diz que adora sertanejo): Coloca aquela que eu gosto, Carlos.
Iron man. Era Iron man, folks! Tá tudo bem, então. Estão no bom caminho.


E hoje é dia mundial do Rock. Curvem-se. Reverenciem. Subvertam um tantinho para a devida homenagem.

Cada um deve lembrar de um riff quando pensa em comemorar. Eu lembro de vários. Escolher tá fora de cogitação. Roqueira no sentido mais amplo da palavra, se é que me entendem.

Pavor daquela gente entendida que torce o narizinho, dizendo que tais acordes estão mais para "não sei o que", e que "rock mesmo é esse daqui ó".
O Rock, este senhor, é muito mais que seus belos e contagiantes acordes. E se você não entende isso, amigo, já era.

E aí vai MEU rock de hoje pra você.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Confissão


Eu tenho uma relação tranquila (que nem o Brizola agora, sem trema) com meu trabalho. Mas já disse aqui que não se trata de uma obsessão. Posso listar, assim de pronto, dez coisas mais divertidas, vinte lugares mais cobiçados.

Modos que, geralmente na segunda-feira, idéias mil invadem esta mente vazia.
Tipo vender tudo que eu tenho (???) e me mandar com as crias pra uma cidade bem pequeninha (sim engraçadinho, menor), pertinho do mar.
Eu chego a me convencer que lá seria possível viver de qualquer outra coisa, tipo pulserinhas, alface... Morando nesse paraíso os pequenos ficariam protegidos da terrível sociedade de consumo e então o que ganhassemos seria mais que suficiente e toda felicidade do mundo estaria ali no barulhinho das ondas, nos castelinhos de areia, no peixe fresquinho (e limpo, afinal é sonho) trazido gentilmente pelo caiçara.

Vocês sabiam que estudos dizem que se todo mundo botasse a mão na massa, se todas as pessoas do mundo trabalhassem, seria possível manter a atual produção com apenas dezessete minutos de trabalho diário? Mira, que belo.
Só praia pra todo mundo, essa por enquanto não dá mesmo.

Mas eu sei porque eu estou assim hoje. Eu passei o final de semana todo ouvindo Zeca Baleiro. Ele faz isso comigo.

Deixa estar. Seguimos.

Pra vocês entrarem na minha vibe, minha preferida: Babylon

E essa outra, pro meu mano, que eu sei que um pouco disso é genético.

Fim de tarde na Praia do Rosa.
Um dos lugares mais lindos que meus olhinhos já viram, meus amigos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A mesma coisa?


"A mesma coisa" não existe, ponto. A gente ouve muitíssimo as pessoas falando que, principalmente na política, tudo é sempre a mesma coisa.

Mas a gente sabe que isso de apregoar "a mesma coisa" serve aos interesses de alguém, de algum grupo. Despolitizar, trazer a todo momento "fatos" que "provam" que sempre foi assim e independente do que se faça, sempre assim será, tem por objetivo encher o nosso saco, tirar o nosso foco.

Não são os que estão mais afastados do campo político da sociedade os interessados na reprodução da teoria do "deixa eles lá". Nós, comerciários, dona de casa, professores, arquitetos... Nós povo, sempre com a cabeça na mensalidade das crianças, apenas reproduzimos a grande mídia. Mas é a quem sabe da mentira deslavada que isso representa, que esse jeito de ver a política serve.

Na eleição para a presidência dos EUA por exemplo, excetuada alguma parte da intelectualidade, o discurso recorrente era de que republicanos ou democratas não possuiam diferenças visíveis a olho nu daqui do hemisfério sul. Que tanto Hillary ou Obama não representariam senão uma nova face para a mesma opressão "de sempre". Eu cheguei mesmo a ouvir que negra a Condoleessa também era, com a vantagem de ser mulher. Fato. E não se trata mesmo de uma completa inversão.

Entretanto pela primeira vez desde sei lá quando um presidente dos Estados Unidos condena de imediato um golpe militar em uma república miserável da América Central. Seria a postura Bush? Seria a postura Hillary Clinton presidenta?

O processo eleitoral é o mínimo do mínimo. A gente pode (e tem) críticas. A eleição não é lá aquelas coisas quando a gente sabe que muito voto é comprado com comida. Que em alguns países ele é dado sob pressão. Que outros países tem sistemas eleitorais onde um candidato pode vencer e não levar. Ainda assim é um mínimo, necessário demais. E é essa consciência que hoje une Lula, Chaves e Obama (governos de características muito diferentes entre si) em defesa da democracia de um país pobre onde tudo falta, mas que tem seu governante eleito por seu povo.

O que determina os rumos de uma administração são os compromissos históricos e conjunturais que ela carrega nos ombros.

E tendo isso em mente qualquer reflexão modesta consegue ver que nada é igual a nada, meus amigos.