Supermercado no sábado.
Degustações.
Uma mocinha de seios enormes, espremidos num decote bem revelador, oferece queijo minas aos passantes. Há também uma nova marca de salgadinhos. Uma linguiça temperada (e bem apimentada) servida em tirinhas por um jovem de sotaque interiorano que orienta: Pode comer sem dó, senhora. Mais adiante, um cafezinho. Delicioso. Aí você leva o dito pra casa e ele nunca mais será o mesmo.
Mas é na sessão de bebidas (como sempre) que a diversão rola. As promotoras de venda dos "vinhos da serra gaúcha" se estapeiam para garantir que cada cliente traumatizado com o frio que anda fazendo, prove pelo menos um golinho, momento em que elas habilmente vão enfiar uma garrafa no carrinho do coitado. Qualquer orientação ética, fica no estacionamento. Marcas de vinho tinto seco, suave, são oferecidos uma gôndola antes da dose de cachaça artesanal, cinco depois da tal linguicinha temperada. O cliente que se controle, ou se entenda depois com seu pobre fígado.
Elementos da cena que emocionam: mocinha vendendo garrafa de vinho de R$ 4,79. Segurando no braço do cliente, ela oferece insistentemente a tacinha de plástico enquanto discorre sobre o bouquet.
Elementos da cena que assustam: A última degustação da sessão de bebidas é de um suco de laranja com mamão. Depois do café, do vinho e da cachaça. Desarranjo intestinal garantido ou seu dinheiro de volta.
Elementos da cena que conduzem à reflexão: homem passeia de um lado para o outro da gôndola de conhaques e vodkas, empurrando um carrinho cheio de fraldas descartáveis. Jogados ao lado das fraldas, três ou quatro tacinhas e copinhos plástico vazios. Uma mulher segurando uma criança no colo e equilibrando um saquinho de pipoca que ganhara na sessão de artigos para festa, grita na direção do homem: Eu tava te procurando. A gente não veio aqui pra encher a cara, sabia?
E começou Agosto. Que cousa não? Agosto é mês de aniversário dos meus dois filhos e da minha mãe. É o mês em que a gente começa a contar os dias para a chegada da primavera. Como escreveu Caio Fernando Abreu: Que seja doce.
13 comentários:
Pobre da criatura não pode nem experimentar umas bebidinhas...hahahahaha
bjoos
Bem-vinda de volta à cruel realidade! E já começou agosto com um ótimo texto! Só uma pontinha de inveja: pô, nos supermercados aqui do Rio não têm estas provinhas de cachaça e vinho. É só o cafezinho e olhe lá!
Um beijão.
acabaram-se as ferias...e eu ainda nao sei quando tiro as minhas!!!!
E num é sinhá... Nem uma cachacinha. Bjoca.
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Aqui no sábado (e apenas no sábado) é uma fartura, Abobrinha. Quando chega perto de datas festivas então...
Bjão pra ti também.
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Já comecei contagem regressiva pras próximas, Serbão. As do verão, que vão ser férias de verdade, com duração de férias de verdade e praia, se Deus quiser, amigo.
Olha, raramente vejo as tais provinhas de vinho. Senão eu ia ficar no supermercado só provando. rs ps.: Caio Fernando sabe o que diz né?
Bom, tô descobrindo uma vantagem de morar na roça, hehehe
Haline, ele escrevia divinamente e com muita doçura, né?
Bjão.
Ai, saudades disso tudo... Das tardes zanzando no supermercado, experimentando tudo e todos... Isso não tem mesmo aqui... Mas também não tem frio que incentive tamanha bebedeira!!
Besos.
ai, o caio f abreu, eu amo, amo, amo!
Saudade de tu, dona Iza... "provando tudo e todos", huahuahuahuahua...
Amo-te.
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O Caio é, não é?
Bjo, boa semana.
Uau, os 3 de agosto? Todos leoninos? Que a Força esteja com você... :-)
(sim, eu também sou regida pelo Sol...)
njk.
Mônica, o meu filhote e minha mãe são leoninos. A Marina é do finalzinho (29) e é virginiana.
Mas eu sou ariana, sou fogo, eu dou conta, hehehe
Bobona bem sortuda, "tudo" que é comida e "todos" os vinhos... Besterenta!!
Mas lembrei especialmente duma tarde no celeiro ali perto de casa, que tinha uma certa "bandinha" tocando no meio das verduras... hehehe... impagável!!
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