segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Não vou falar sobre


Se eu já sou desorganizada normalmente pra manter esse espaço funcionando, imaginem vocês em época de mudança.

Semana passada, quando tudo parecia resolvido e minhas coisas já estavam organizadinhas para a mudança, a proprietária do apartamento que eu ia alugar resolveu que não tinha mais interesse. Assim mesmo, no dia de assinar o contrato.

A fofa acha um absurdo ter de informar o imposto de renda sobre o contrato de locação.
Judiaria, né? Tenho uma pena dessa gente que tem vários imóveis e é esfolada por esse Estado invejoso que vocês nem têm idéia.

Enfim, sorte pra ela em seu processo de acumulação, né? Que seja poupada pela revolução e que o apartamento que ela não quis me alugar seja transformado numa escolinha primária, daquelas que os aluninhos desenham nas paredes.

Agora, tudo superado. O apartamento novo é uma graça, pequenino, mas uma graça. Tem uma área externa que é uma beleza. Falo mais dele quando estiver lá.

No meio do temporal da semana passada, com tudo incerto, perdi o sono. Ali criei e alimentei fantasmas de toda ordem. Fiquei horas rolando na cama e no dia seguinte escrevi pra minha sinhá pra contar tudinho. Afinal, de que adiantam as desventuras se depois elas não divertirem os amigos.
Ficou tão desequilibrado, tão ridículo, tão tragicômico o tal desabafo que transcrevo, não o email literal que continha muitos nomes e tal, mas, digamos, a mensagem:

"Tô estressada até o tampo.
Essa noite perdi o sono lá pelas quatro horas e só fui dormir com o sol nascendo.
Deitadinha na minha cama, remoí a imensa culpa de não poder (outra vez) ir na reunião do sindicato deste findi. Pensei na cara de decepção de alguns amigos, tentei arrumar um jeito de ir e ao mesmo tempo ficar, assinar o contrato do aluguel e organizar a mudança. Não achei. Daí resolvi ajeitar os móveis no aprtamento. Mentalmente fui medindo e colocando tudo no lugar. Cheguei a conclusão que metade das coisas não cabe, que eu sou louca, que o apartamento é muito pequeno, que meus filhos vão me odiar quando estiverem morando lá. Pensei em como vai ser pra colocar internet, e tv a cabo (que não vai até lá!) e segui assim. Namorado dormindo em casa. O vento do ventilador começou a me incomodar, fui desligar, derrubei, acordei o namorado. Tentei contar pra ele da minha angustia mas ele não aguentou acordado. Fiquei olhando pra ele, lembrei que ontem ele me contou que tinha passado na sauna e tomado uma cerveja antes de ir lá pra casa, fiquei imaginando se no futuro ele vai começar a beber todo dia, se vai chegar o dia que ele vai se mudar também pro apartamentinho e, me odiando por viver espremido, vai se entregar ao vício da bebida. Comecei a suar em bicas, muito, muito. Pensei que a primeira coisa que quero comprar pra casa nova é um climatizador. Lembrei que você também dizia isso quando estava pra se mudar, e até hoje não comprou. Lembrei também como vc estava agoniada com a mudança e como ficava apavorada com o tamanho do apartamento, e eu achava tão bonitinho. Daí pensei que hoje eu ia te escrever contando isso tudo, porque vc é tão péssima que é capaz até de eu conseguir te fazer rir um pouquinho lendo minhas desventuras."

Passou, já era, tudo são flores e caixas de mudança agora.
Boa semana pra gente.

Ps.: Vocês viram, né? Nenhuma palavra sobre futebol. Consegui.

5 comentários:

Flávia D. disse...

E eu li no meio de uma tarde de muito stress e correria...ajudou bastante...hahahaha...
bjos

Nani Binder disse...

Oi Lili...
Afê, não é fácil mesmo...passei por esse processo todo tem 5 meses, mas não foi uma madrugada apenas com fantasminhas...foram 3 meses antes (tem noção?).
Mas...como sempre...no final dá td certo! Boa sorte no novo "Lar Doce Lar"
Beijokas

Haline disse...

rs eu confesso que eu pulo post de futebol, pq não ligo muito mesmo. eu adoro essa angústia, é dela que saem as melhores idéias. É nos pós caos que tudo se resolve! bjobjo

Liliane Araujo disse...

Tu se dverte com a minha desgraça, Flavitcha, eu sei.

Nani querida, obrigadinha. Vai dar certo sim. Bjo pra ti também.

Liliane Araujo disse...

Haline, eu também queria gostar menos de futebol. É vício, feito cachaça, hehe.

Também acho que essas crises, são puro crescimento e celeiro de idéias legais.
Bjão.