Futebol é futebol. Eu sou torcedora. Demais, vocês sabem. Mas futebol, é futebol apenas.
É esporte, é festa e paixão (pra quem gosta). É utilizado politicamente? É. Mas daí é outra história, e cabe também a gente não faze-lo.
Futebol não é como política. Política é algo complexo, extremamente sério e relevante na vida (inclusive de quem não gosta). Então "pátria de chuteiras" é, ou bobagem ou oportunismo.
Ainda assim, aproveito o momento e os discursos do momento, para pontuar aqui um dos mais conhecidos e evidentes traços da nossa "classe-média-manoel-carlista" do qual tenho verdadeiro horror: falar mal do Brasil em qualquer circunstância que se apresente.
Os ditos "neutros" ou de direita endeusam os ianques e sua democracia, ou os europeus e seu desenvolvimento e educação (???).
Alguns ditos de esquerda, se ressentem da falta de solidariedade para com os povos latino-americanos e passam seus dias proclamando como tudo é tão heróico e radiante em Cuba e como aqui somos burros, incultos e mesquinhos.
Nessa época, misturam tudo com futebol. Aí, valha-me!
Esses extremos são para mim, faces de uma mesma moeda. De um mesmo discurso de desconstrução da nossa identidade (que serve a quem mesmo?).
Mesmo no futebol, basta analisarmos os números com menos paixão e/ou preconceito e veremos que não estamos nem tão abaixo nem acima da competentíssima Alemanha, ou das "amarelonas" Argentina e Espanha. Seleções de futebol, apenas. Cada uma com sua torcida, qualidades e limitações. Nada mais.
4 comentários:
Depois do escândalo da Nike e das apuradas irregularidades nas empresas do “rei”, aquele mesmo safado que renegou o filho por ser usuário de drogas, o núcleo duro da CBF continua intacto. E alguns elementos apurados na CPI da Nike, presidida pelo Deputado Federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mostram que tem muito de política no futebol, e se usam contra mim, eu revido.
Veja um pequeno resumo do relatório: “Contradições no balancete de dezembro de 1995; várias doações, empréstimos e patrocínios concedidos pela Confederação Brasileira de Futebol, que alegava estar em péssima situação financeira em 1995; doações para campanhas políticas, proibidas por lei, a pessoas jurídicas sem fins lucrativos, antes de sua transformação em empresa com fins lucrativos, em 1998.” É isso que a CBF representa. Acredite ou não.
O Dunga é técnico porque é passivo, cobra criada do Teixeira. Desde a adolescência ele está na seleção, sem contestar nada. A pessoa ideal.
Ainda sobre política, doações para campanha do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), de R$ 100 mil, e para deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), de valor desconhecido. Sobre esse último não precisa falar muito, basta que lembremos as ingerências do cidadão no Vasco e no futebol carioca. Perondi, para quem não conhece, faz parte da máfia da saúde (ou falta dela), controlando hospitais na região noroeste do RS. Politicamente, comprou os inseguros petistas para que se aliassem ao PDT, contra a histórica candidatura do camarada Junior Piaia. Nada mais político.
Entenda como quiser meu sentimento de ‘falta de solidariedade aos povos latino-americanos’. Sou latino-americano e não arredo o pé um milímetro sequer. No sentido gramsciniano da coisa, é preciso sair da leitura confortável das teorias nos apartamentos e empunhar bandeiras. Bem orgânico. E sair também da leitura somente das orelhas dos livros, como diria o meu camarada filósofo.
Futebol é futebol? Eu não acredito que seja apenas isso. É minha opinião e sustento ela. Pra mim é mais um dos tantos fatores de alienação coletiva, que nos condenam ao atraso, e não ‘elementos de nossa identidade’. A história do mundo é a história da luta de classes. E essa unanimidade aparente em torno do futebol parece o discurso do Serra “eu não vou colocar brasileiros contra brasileiros, pobres contra ricos, e bla bla bla”.
Futebol é Política. E que vença a Argentina!
Calma, camarada, rsrsrs
Pode baixar as armas.
Talvez minha pouca leitura de Gramsci não me tenha permitido ser clara o suficiente. É claro que patrocinadores e em vários aspectos, as instiutições que coordenam os esportes de competição, como a CBF e outras, tem relação estreita (e por vezes, promíscuas) com a política. Não duvido disso, nem é necessária a argumentação (muito boa) sobre.
Agradeço sua contribuição que me trouxe ainda uma última (rasa) reflexão.
São (tomara que sim!) exclusividade do Brasil esse tipo episódio envolvendo o esporte e a corrupção?
Lembro de uma vez ter ouvido o saudoso Mário Lago em uma entrevista citar, com aquela sua voz tão serena, um dito popular: "Como vivem bem os casais que a gente conhece pouco".
Não lhe invejo o gosto, mas boa copa pra ti.
Abraço.
Oi Lili!
olha só, gostei do seu texto e concordo que futebol e política não se misturam... pelo menos para aqueles que encaram as coisas como: Política igual a política no sentido filosófico de Aristóteles, remodelada por Maquiavel e extremamente clareada e desmistificada por Marx. E futebol como festa e paixão ou seja, torcedores. Eu me enquadro no quesito torcedor apaixonado e só. No futebol de seleções sou Argentina pela garra e tmbm pq não somos amarelões. Temos tradição e ja disputamos quatro finais de copa do mundo. Respeitamos a Seleção da Alemanha que tem o jogo mais sério, forte e duro. Respeito também o futebol do Brasil cinco vezes campeão do mundo, chega a ser um exagero. Mas dessa vez vai valer a vontade de Dios Maradona, o talento de Messi e alma de Guevara...
Tu tbm, Sergito?!
rsrsrs
Azar teu. boa copa.
Bj.
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