quarta-feira, 28 de março de 2012

trinta e nove voltas em torno do sol (parte 1)

Gestante linda em início de gravidez me perguntou outro dia quanto tempo meu corpo levou pra voltar ao normal depois dos partos dos pequenos. Menti, óbvio. Sem remorso. Situações que nos forçam a mentir, por certo também devem nos absolver, pois não? 

A modalidade da mentira utilizada no caso foi a da "mentira por simplificação". Quando a "toda a verdade" é densa demais para o momento ou chatinha de explicar, a gente pode (deve, na verdade) optar por uma simplificação desta, não esquecendo que tal resuminho implica em nada mais do que a aqui descrita "mentirinha por simplificação" uma vez que acaba por ocultar o cerne da coisa, se é que me entendem. Em consulta ao oráculo Google descobri, para minha humana alegria, que esta categoria de mentira não chega, em regra, a ser considerada uma "mentira deslavada" ou uma "falsidade sem vergonha", títulos que arrastariam seus autores para as profundezas. Não. De fato, é considerada por renomados cientistas teólogos como sendo nada mais que um pecadinho. Seu correspondente em uma infração de trânsito por exemplo, seria o de estacionar em vaga proibida.

"Ah... em um ano estava tudo mais ou menos igual." Desconversei.

Se toda a verdade fosse oportuna, eu olharia diretamente nos seus lindos olhos brilhantes e responderia serena: "Nunca. Nunquinha, entende meu bem?!" Vê bem: se nada, NA-DA mais vai ser como antes, porque o corpo deveria? Se uma vida nova se inaugura diante da gente, porque não novas curvas (ou, vá lá, dobrinhas). 
Embora as medidas (e imagino que se referia a elas) possam voltar ao mesmo ponto (e não foi meu caso), a verdade é que a gente nem chega a se lembrar novamente como eram as coisas antes da maternidade e nunca mais nos vemos da mesma forma. 

Como todo o resto, divertir-se vai depender da nossa disposição.

A gente pode passar o resto da vida olhando fotos que nos espanam na cara como nossa cintura era fininha e nosso rosto tão lisinho. Decidir que a gente vai se parecer com elas por todo o tempo que nos for possível, custe o que custar.
Ou...
Tirar novas fotos e resolver que a cada nova fase da vida a gente vai merecer novas poses, roupas novas em novos tamanhos e cores.

4 comentários:

Iza disse...

É bem isso, amore!! Essa história de que tudo que fazemos sem filhos, fazemos com filhos, é a mais pura mentira. Isso sim é mentira. Tudo muda. E, na minha opinião, tudo tem sido melhor depois de ter sido mãe. Mesmo assim, é pessoal, cada um com sua escolha. Viva todas as diferenças!! :*

Liliane Araujo disse...

viva! rsrs
Bjo, Iza querida.

Anildo disse...

Nem mesmo um pai(verdadeiro pai) voltará ser o mesmo homem após o nascimento de um filho.

Liliane Araujo disse...

A expressão "verdadeiro pai"deveria ter o teu nome como sinônimo. Então, se diz que é assim, é assim. Bjo, pai.