terça-feira, 31 de março de 2009

Da série: perguntar não ofende


Se alguém, num grupo de atuação política sofreu uma acusação de desvio de dinheiro público (umazinha só, mas que repercutiu pra caramba lá atrás), ele não representa mais esse grupo em espaço público nenhum, concorda?
Mas e se a acusação for de agressão a uma companheira?


segunda-feira, 30 de março de 2009

A palavra vale prata


Você é a favor da liberdade de expressão? É mesmo? Liberdade de quem?

Pergunto porque a bandeira que eu tenho visto tremular é a da liberdade de expressar-se. Expressar-se ela, a pessoa que carrega a bandeira.

Todo mundo quer falar, opinar... Mas uma parcela cada vez maior de pessoas parece não estar disposta a aguentar o repuxo.

Mesmo nessa maravilhosa blogsgera que teoricamente é um espaço de resistência à midia empresarial e um oasis de livre expressão, a simples discordância de um post é tida por alguns como "falta de etiqueta". Só pode bater palmas. Se você não concorda, crie um blog e LÁ de a sua versão dos fatos.

Dirão alguns que é justamente esse o suprassumo da livre expressão. Poder inclusive mandar às favas sem a menor cerimônia quem, segundo meus critérios, não conseguir acompanhar meu raciocínio (brilhante).

Sei não... Penso que, excetuados com muita justiça os comentários grosseiros e desrespeitosos, os demais merecem sempre espaço, alguma reflexão e mesmo um bom debate, se for o caso.
Mas esse fenômeno que se constata na web, reflete apenas o que acontece o tempo todo à nossa volta. Vivemos em um mundo de pessoas e suas "verdades inarredáveis". 

Estamos tão inseguros que nos tornamos arrogantes demais pra ouvir o que quer que seja além da nossa própria voz. 

Confundimos a defesa de princípios (que confiamos ter) com pura vaidade intelectual. Pagamos de espiritualizados, aí tome "Namastê", mas não vemos o sagrado um palmo além do nosso umbigo. 
Confiamos e valorizamos demasiadamente aquilo que sai de nossa boca para ouvir qualquer outro ruído.

Quem nunca esteve em uma daquelas reuniões em que dezenas de pessoas dizem exatamente a mesma coisa? E por que motivo o fazem? Porque em suas cabecinhas, ninguém saberá dizer aquilo de forma tão genial quanto elas fariam.

Pode ser rabujice pré-parabenspravoce, mas eu queria sim, um mundo que ouvisse um tantinho mais. Queria eu também ouvir mais e melhor. Acho que seria bacana, pra variar, mais gente perguntando e menos gente se adonando da verdade.
E você?

Ps.: Não achei créditos da imagem. Se alguém souber...

here comes the sun...



imagem: Reportagem KSM


sexta-feira, 27 de março de 2009

Like a Rolling Stone

Vontade de dirigir por horas. Pegar uma estrada bonita, sem pressa de chegar. 
Vontade de erguer as pernas naquele sofá que nem é tão fofo, mas tem a exata forma da sua escoliose...
 Você e ele, isso sim é amizade.
Tem uma receita nova pra testar, ou tentar (mais uma vez) aquela antiga mesmo. 
Saudade de todo mundo. 
'Bora' ligar pr'aquele bando de sumido. 
Tem uma banda amanhã naquele bar.
Pressa de desligar o telefone da tomada. 
Queridos perdoem, mas agora, só segunda. 
Tem aquele papo sério. De agora não passa.
Pintar as unhas, dar aquela geral na casa (lavar calçada com a mangueria não vale, tá?). 
Levar as crianças pra um passeio. 
Cineminha, trilha, almoço na casa da vó.

Só mais algumas horinhas, mais uns papéis, alguns semáforos, uma fila ou duas e pronto... O final de semana é todo seu.

imagem:Baldomero Alves Coelho (1110imagens.com)

Pra quem gosta, dá pra ensaiar um pouquinho, susurrando baixinho no escritório ou cantar bem alto fazendo o tubo de desodorante de microfone: HOW DOES IT FEEL??!!!!!!!!


segunda-feira, 23 de março de 2009

Dear Prudence


"Dia de Adulto" é um movimento que propõe que todas as atividades maçantes, burocráticas, desgastantes, sobretudo as que envolvam filas em bancos, lotéricas e mercados sejam concentrados conforme a necessidade, em um único dia da semana, ou do mês.

Apesar de revolucionário, o movimento conta com a resistência de um setor considerável da sociedade que acha que as multas por atraso e o quadro desolador com que se deparam ao abrir a geladeira não compensam.

Como idealizadora deste movimento tenho a dizer apenas que é indispensável que se mantenha pelo menos a frequencia de um dia por mês, mesmo nas férias, mesmo no carnaval e, Deus e o Vaticano nos perdoem, mesmo na quaresma.




sexta-feira, 20 de março de 2009

Sem comentários


Não pode, né?! Fica feio. Vai acabar magoando alguém a gente ficar com essas brincadeirinhas, dizendo que o zagueiro do Grêmio ter fugido, só com a roupa do corpo, de Porto Alegre é "A" piada pronta.

Ele deve ter tido os motivos dele, né? Digo, outros motivos.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Tiritas

Ele já não vinha bem... Não era mais o mesmo, sabe? Aquela vivacidade, aquela energia... Aquilo de lembrar tudo rapidinho, de topar de cara tudo que a gente quisesse... Aquilo sempre foi dele mas, tinha ficado finalmente ficado pra traz.

Apenas eu não via... Não queria ver, na verdade. Negação, entende?

Ultimamente, era a memória que falhava tempo todo. Muito doloroso. Aquela rabujice de fazer um barulho enorme cada vez que você pedia uma coisinha de nada, aquilo foi tomando conta, inclusive da nossa relação. Eu comecei a perder paciência. Achava que era má vontade mesmo, dengo de véio.

Aí veio essa coisa. E a gente nunca espera. Acha que vai acontecer com todo mundo a nossa volta, mas não com a gente. E mesmo quando todos os sintomas foram ficando cada vez mais evidentes, eu permanecia completamente cega. Ou seja, vamos deixar uma coisa muito clara... Muito disso é culpa minha.

Há três dias, acordei e fui logo ver como ele estava. Parecia uma espécie de pressentimento. Coisa mais louca. Nada, nem um sinal.

Em completo desespero liguei pro meu irmão que veio o mais rápido que pôde. Foi ele quem me disse, um tanto irritado com a minha inércia: O que falta acontecer pra você mandar formatar esse computador??!!

Agora tá lá ele, longe de casa, mas em recuperação. É o que interessa. Recomendei muito antes de sair: Capricha no antivirus, por Deus!









Merece trilha sonora essa história.










"Tiritas pa este corazón partío"


sábado, 14 de março de 2009

Be happy




O filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" é um poema, é lindo.

E tem detalhes, tantos. Tão lindos. Xícaras, chaleirinhas, uma manta de retalhos pra espantar o frio enquanto se contempla o lago, carros... Gente, os carros!

É tocante, delicioso.

Um trailer pra sentir o gostinho, ou matar a saudade.






quarta-feira, 11 de março de 2009

Perguntar não ofende


As pessoas morrem. Fato. Mais aqui, mais ali adiante. De um jeito ou de outro. Enfim...

Mas você concorda comigo que quanto mais adiante, melhor?

Tá. Eu estava lendo sobre (mais) uma mulher que morreu devido a complicações de um procedimento estético. Não sei da história dela, da aparência, nada, nada. E tenho claro que há várias variantes nessas histórias. Então nem falemos disso especificamente.

Ainda que a maioria dos finais sejam mais felizes, eu fico cá pensando...

Quase metade dos adolescentes que eu conheço usam aparelho e/ou passaram por cirurgias dentarias. E tudo isso é MESMO necessário? Digo, há uma epidemia de sérios problemas bucais? Ou nossos jovens tem de ter até os dentes idênticos? De onde eles estão tirando essa "necessidade"?


As cirurgias plásticas e outros procedimentos estéticos de impacto semelhante melhoram mesmo a autoestima?

Quando você olha no espelho e não gosta do que vê. Em regra, é o seu reflexo ou seu olhar que precisa de reparos?

O silicone, a lipo, as cirurgias, a levantadinha aqui, a paralisadinha lá... Pra quem fazemos isso?

O que queremos ganhar? O que tememos perder? Qual é o limite? E a mais complicadinha: Resolve?


Imagem: Venus at the mirror - Peter Paul Rubens



segunda-feira, 9 de março de 2009

Corujices


Você é especial, flor. Muito mais especial do que sua Dinda consegue explicar.
Feliz Aniver. Amo você.



Sobre ontem




Ontem não deu tempo. Mas não queria deixar passar.
A imagem foi copiada daqui, onde tem um texto muito bom sobre.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Passárgada, Neverland ou Terabítia...


Porque nessa semana tudo deu certo.

Porque meu time venceu duas vezes.

Porque fez um calor dos infernos e, se não teve cachoeira, o ar-condicionado quebrou o maior galho.

Porque eu recebi elogios de quem realmente importa.


"Feche os olhos e deixe a mente aberta." Terabítia

Ótimo findi pra gente!


terça-feira, 3 de março de 2009

Na escolinha


- Senhoras, por gentileza, vamos nos afastar um pouco para os bombeiros poderem dar o atendimento, sim?!

A discussão começou quando a mãe do João Victor, agora estirada no chão com o supercílio aberto, interrompeu mais uma vez a reunião de pais (mães) e mestres do Pré II.

Quando Dona Aurora explicava como, mesmo com o controle rígido de utilização da internet na casa, o José Victor tinha uma habilidade nata (mais uma) pra “essas coisas”, Dona Sílvia riu baixinho colocando a mão na frente da boca.

Era a gota d’água. Quando Sílvia ficou por quase cinco minutos discorrendo sobre como Guilherme era disciplinado e como a falta de educação de ALGUNS o prejudicava, ela aguentou quietinha. Engoliu a resposta que já estava na ponta da língua: “Seu filho obedece tudo porque é retardado, minha senhora!” - Pensou, mas não disse.

“Eu devia ter dito, é verdade mesmo. Mas a gente quer ficar bem com todo mundo, né vizinha?! Daí engole.” Contaria meses depois do ocorrido, no mercadinho do Seu Durval.

 - Escuta aqui, qual foi a graça? Vociferou sem poder conter a indignação.

 - Eu? É comigo? Estava pensando em outra coisa, desculpe.  - Mas Dona Sílvia ainda tinha um sorriso bem no cantinho da boca.

 - Aahh bom... Melhor. Porque a 'profe' disse que a gente podia interromper SEM-PRE que achasse necessário... Pra contribuir, né? E na tua vez, eu respeitei.

 - Senhoras, por favor, trata-se de um mal entendido. Interveio a professora que coordenava o encontro. – Continue Dona Aurora.

 - Obrigada – sussurrou ainda muito ofendida.

 - Na PRIMEIRA vez dela eu também respeitei. - Dona Sílvia provocou fingindo falar com a mãe da cadeirinha ao lado.

- Eu ouvi isso, tá??? A gente aqui falando da educação dos pequenos e a senhora aí fazendo pouco.

 - Acontece que eu não vim aqui pra ouvir a senhora falar dos talentos do seu filho. A senhora não vê que está sendo ridícula?

 - Vocês ouviram, né gurias. Ela me chamou de ridícula! – Voltando-se para Dona Sílvia – Não posso fazer nada se tu não tens o que falar do teu filho além de ele ser tãoo obediente... – E voltando-se, como que em segredo pra uma das mães – E dedo duro, pelo que conta meu Zezinho.

 - Mãezinhas, mas o que é isso! – Ponderou a professorinha, visivelmente em pânico.

 - RI-DÍ-CU-LA. E digo mais. Se esse moleque é tão bom, deve ser adotado. Ou isso ou a senhora deveria se esforçar mais pra lembrar quem é o pai. Porque esse sim deve ser um gênio de estômago forte.

- Ao invés de se preocupar com a minha vida, a senhora devia era cuidar melhor daquele guri!

E enquanto dizia isso Dona Aurora se aproximava rapidamente retirando as cadeirinhas vagas, que agora já eram muitas, pois as demais genitoras assistiam a tudo espremidas num canto da sala.

O último obstáculo removido foi a professorinha.

E foi olhando no fundo dos olhos de Dona Sílvia que concluiu o raciocínio:

 – Já levou o “Gui” pra um exame pra ver se esse menino tem cérebro mesmo?

No instante seguinte Dona Aurora agonizava estendida no chão. Pernas esticadas, olhar perdido no teto da salinha e a sobrancelha toda ensangüentada. Dizem que foi uma cadeirada, mas Dona Aurora não sabe ao certo.

Quando os bombeiros chegaram, Dona Sílvia foi encontrá-los.

 - Não foi quase nada, ela está valorizando. Coitada... É muito sozinha.


segunda-feira, 2 de março de 2009

Pedras no Caminho


Com um olho no armário e outro no espelho deu pra ver direitinho... Uns quilos a menos me fariam um bem danado.

É assim, né? Com o final do carnaval e a quarta feira de cinzas, a gente reflete profundamente mais uma vez (a última antes do natal) sobre nossos objetivos e limitações a curto prazo.

Aí você sai pra caminhar, correto? Deixa o carro em casa e vai buscar as crianças a pé. Vida saudável for all!

E no caminho? No caminho você descobre que as vitrines JÁ estão CO-BER-TAS de coelhinhos, ovos, barras e trufas de chocolate.

Huahuahuahuahua...

Perdoem a gargalhada histérica... É choque. É pânico. Me comportar com dignidade frente a essas vitrines, é algo além da minha capacidade, senhores e senhoras. Qualquer que seja o meu peso.

Meu ano saudável vai ter de esperar mais um tantinho pra começar.


Já???