Sã e salva. Onze horas de viagem na ida, em um ônibus fretado. Mais onze na volta. Então, de quinta pra cá foram mais de vinte horas de muito sacolejo e da pior seleção musical do nosso tempo, seguramente. Alias, nesse aspecto temos inovações significativas. O CD caiu em desgraça e agora podemos assistir à ícones do mau gosto na telinha do DVD enquanto viajamos. Eu busco o respeito às diferenças. Ainda assim me reservo o direito de lamentar. E quando sou euzinha que tenho que ouvir por horas frases como "... eu sou apenas um qualquer, bebendo por mulher nos bares da cidade", francamente, todas as análises antropológicas se esvaem e dói viu, dói mesmo.
Mas o resto é legal. Ver as cidades ficando pra traz, acordar meio desorientada sem saber onde está e até comer aquele lanchinho tão ameaçador na beira da estrada. Beleza!
Curso muito bom. Deu pra confundir.
Esses eventos reunem pessoas de vários lugares, idades e cabecinhas com as mais variadas idéias a respeito do que quer que seja. Aí, a organização sabiamente promove as tais noites de integração. E a Lili que já participou de algumas (dezenas) delas, pensa muito em jantar no quarto acompanhada apenas por Frodo e Sam Gamgi. Pense numa criaturinha metida e anti-social. Tstststs... Que feio! Faço uma forcinha. Lá vou eu me integrar. Todo mundo bebe, todo mundo samba. Sem mais comentários. Pouco depois da meia noite já estou de volta à segurança da Terra Media nas páginas do meu amado livro.
Mas o tudo de bom mesmo é voltar. O cheirinho da cama. Os barulhinhos tão familiares da casa. A fofura dos pequenos. A tarde de domingo com friozinho, chimarrão e pinhão cozido... Aahhh!! Cousa especial.
Abaixo, Frodo no Condado.
domingo, 29 de abril de 2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Sem palavras
Não tenho palavras pra descrever esse PC hoje. Não pode ser só virus, nem só veiera, nem só conexão lenta... Não. Ele tá possuído. Dominado por alguma coisa ruim, sacana e extremamente sem graça.
Ele nem sonha o que o aguarda para breve... huahuahuahua. Mas vamos dar um tempo na relação. To de partida pra ilha da magia e ele que fique aqui com essa rabujisse e senso de humor duvidoso até domingo.
Sim, causo que meus camaradas não largam mão de mim. Chega a ser comovente. Então eu, com mais de dez anos de filiação estou rumo a mais um curso de formação. Vejam, nada de reciclagem, aprofundamento... é formação, de novo. Como sou meio retardada, mas obediente e resignada (Deus, conserve o teto!), lá vou eu. E só retorno ao velho oeste na domingueira.
Tentei colocar uma fotinho bem linda, não deu...
Uma música bem linda, não deu.
Mas eu tentei.
Ele nem sonha o que o aguarda para breve... huahuahuahua. Mas vamos dar um tempo na relação. To de partida pra ilha da magia e ele que fique aqui com essa rabujisse e senso de humor duvidoso até domingo.
Sim, causo que meus camaradas não largam mão de mim. Chega a ser comovente. Então eu, com mais de dez anos de filiação estou rumo a mais um curso de formação. Vejam, nada de reciclagem, aprofundamento... é formação, de novo. Como sou meio retardada, mas obediente e resignada (Deus, conserve o teto!), lá vou eu. E só retorno ao velho oeste na domingueira.
Tentei colocar uma fotinho bem linda, não deu...
Uma música bem linda, não deu.
Mas eu tentei.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Faltou
Não falei do findi, né?! Foi mais ou menos.
Trabalhei feito doida. Tive muita dor de cabeça. Ouvi muita bobagem de gente folgada. Dormi pouco. E, inexplicavelmente, cheguei ao final do domingo profundamente mal-humorada. Foi isso, eu acho.
"Tá, mas e cadê o 'mais' do mais ou menos?" Teve um filminho e beijos de boa noite dos filhotes que chegaram domingo e me curaram segundos antes de eu dormir. Foi isso.
Trabalhei feito doida. Tive muita dor de cabeça. Ouvi muita bobagem de gente folgada. Dormi pouco. E, inexplicavelmente, cheguei ao final do domingo profundamente mal-humorada. Foi isso, eu acho.
"Tá, mas e cadê o 'mais' do mais ou menos?" Teve um filminho e beijos de boa noite dos filhotes que chegaram domingo e me curaram segundos antes de eu dormir. Foi isso.
Já aconteceu com você?
De ler algo que você escreveu no ano passado e achar aquilo incontestavelmente, lamentavelmente, incorrigivelmente ruim? Medíocre mesmo?
Eu ia colocar uma coisa que escrevi no ano passado aqui. E não é que acabei me descobrindo mais evangelizada do imaginava. Sério. Juro que fiquei com medo de castigo.
Porque tudo bem que eu não sou uma escritora, que ninguém anda muito por aqui. Que só minha amiga Sinhá e mais umas duas ou três boas almas pacientes lêem o que eu escrevo. Mas pra que abusar da sorte, né? Afinal, 'Deus ta vendo'.
Não... Não se trata de nada profano ou vulgar. Desafortunadamente, não. Porque para a vulgaridade (nesse mundinho que se vive) sempre tem desconto. E se tem desconto, deve ter perdão também.
Mas fazer um amigo, ou talvez até um desconhecido desavisado (tadinho) perder sagrados minutos da sua existência lendo aquilo... Francamente!
Eu mesma cheguei a sentir o cheiro de laquê daquelas personagens dos folhetins mexicanos, com nomes compostos e dores inimagináveis borrando suas espessas maquiagens.
Enquanto ria descontroladamente e buscava uma explicação plausível do tipo 'Lembra, não foi você que escreveu isso' ou 'Lembra da arma apontada pra sua cabeça', tive ganas de ser mais severa comigo. Resolvi me dizer umas verdades. 'CANASTRONA!' 'Quem você acha que engana, sua analfa?'
Agora que já fiz a devida análise dos meus atos, estou aqui, quietinha no escuro, agradecendo (já que me descobri tão crente) por meus vizinhos (mais uma vez) relevarem esse momento tão 'eu comigo' e não fazerem coro.
- Canastrona só, não! Descompensada! Fiasquenta!
Eu ia colocar uma coisa que escrevi no ano passado aqui. E não é que acabei me descobrindo mais evangelizada do imaginava. Sério. Juro que fiquei com medo de castigo.
Porque tudo bem que eu não sou uma escritora, que ninguém anda muito por aqui. Que só minha amiga Sinhá e mais umas duas ou três boas almas pacientes lêem o que eu escrevo. Mas pra que abusar da sorte, né? Afinal, 'Deus ta vendo'.
Não... Não se trata de nada profano ou vulgar. Desafortunadamente, não. Porque para a vulgaridade (nesse mundinho que se vive) sempre tem desconto. E se tem desconto, deve ter perdão também.
Mas fazer um amigo, ou talvez até um desconhecido desavisado (tadinho) perder sagrados minutos da sua existência lendo aquilo... Francamente!
Eu mesma cheguei a sentir o cheiro de laquê daquelas personagens dos folhetins mexicanos, com nomes compostos e dores inimagináveis borrando suas espessas maquiagens.
Enquanto ria descontroladamente e buscava uma explicação plausível do tipo 'Lembra, não foi você que escreveu isso' ou 'Lembra da arma apontada pra sua cabeça', tive ganas de ser mais severa comigo. Resolvi me dizer umas verdades. 'CANASTRONA!' 'Quem você acha que engana, sua analfa?'
Agora que já fiz a devida análise dos meus atos, estou aqui, quietinha no escuro, agradecendo (já que me descobri tão crente) por meus vizinhos (mais uma vez) relevarem esse momento tão 'eu comigo' e não fazerem coro.
- Canastrona só, não! Descompensada! Fiasquenta!
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Friday!!
Sabe aqueles finais de semana deliciosos, de puro ócio? Dormir, comer, assistir, ler, sair e voltar quando dá vontade... Não vai ser um desses, não mesmo.
*
Não que me importe realmente, ou que não valha a pena. Apenas pra constar. Tem uma parte da Lili inflando em PG a cada bombom, cada trufa com licor de laranja.
*
Não que me importe realmente, ou que não valha a pena. Apenas pra constar. Tem uma parte da Lili inflando em PG a cada bombom, cada trufa com licor de laranja.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Music and Lyrics
Assisti ontem 'Letra e Música'. Muito divertido!
Personagens hilários. Um galã que é algo de... impensável.
Mesmo que não goste de comédias românticas, nem de finais megafelizes... Ainda que você ande casmurro, racional, seletivo e azedinho, o clipe do início já vale muito a pena. Mesmo.
Bem fofo!!
A Verdade, Sempre! Sempre?
Dois dentinhos nascedouros da pequerrucha conseguiram fazer a proeza de brotar bem atrás dos dois já existentes. Como se dissessem:
- Oh, a gente não quer incomodar ninguém, nem tirar o lugar de ninguém - Sacanagem!
Feita a avaliação, a dentista olha para esta covarde mami e diz:
Feita a avaliação, a dentista olha para esta covarde mami e diz:
- Vamos ter que ‘ajudar’, mamãe - Pensei então que engolir o choro seria um bom começo.
A seguir, olha para sua paciente e explana todo o procedimento:
- Vou passar uma pomada e depois pingar umas gotinhas nos seus dentinhos. Elas vão ajuda-los a cair e dar lugar aos que estão ali atrás. Pra fazer um escurinho e não respingar nada em você, vou colocar esse guardanapo nos seus olhinhos só um pouquinho. Vai ser bem rápido, ok?
E a princesa nem tchum... Pomadinha, guardanapo, gotinha... Tranqüilo!
Na verdade, trata-se da agulha com anestesia... Umas três picadinhas, eu acho. Não, eu não olhei.
Na primeira ‘gotinha’ ela aperta bem de levinho a minha mão, acho que até desconfia. Mas uma moça de cinco anos não vai abrir o berreiro por umas gotas, capaz!
Já com os olhos descobertos ela assiste seus dentes serem ajudados a se retirar. Bem rapidinho mesmo. Quando se dá conta da janelinha, olha pra mim perplexa e solta, aí sim, umas lágrimas sentidas.
Pergunto: Ta doendo? E ela responde num solucinho: Não.
Quando chega em casa, nem lembra de mais nada e exibe os dentinhos como pequenos troféus.
A seguir, olha para sua paciente e explana todo o procedimento:
- Vou passar uma pomada e depois pingar umas gotinhas nos seus dentinhos. Elas vão ajuda-los a cair e dar lugar aos que estão ali atrás. Pra fazer um escurinho e não respingar nada em você, vou colocar esse guardanapo nos seus olhinhos só um pouquinho. Vai ser bem rápido, ok?
E a princesa nem tchum... Pomadinha, guardanapo, gotinha... Tranqüilo!
Na verdade, trata-se da agulha com anestesia... Umas três picadinhas, eu acho. Não, eu não olhei.
Na primeira ‘gotinha’ ela aperta bem de levinho a minha mão, acho que até desconfia. Mas uma moça de cinco anos não vai abrir o berreiro por umas gotas, capaz!
Já com os olhos descobertos ela assiste seus dentes serem ajudados a se retirar. Bem rapidinho mesmo. Quando se dá conta da janelinha, olha pra mim perplexa e solta, aí sim, umas lágrimas sentidas.
Pergunto: Ta doendo? E ela responde num solucinho: Não.
Quando chega em casa, nem lembra de mais nada e exibe os dentinhos como pequenos troféus.
A mentirinha, que transformou aquela agulhona em gotinhas, foi das coisas mais doces e gentis já proferidas na minha presença. Mamãe agradece.
terça-feira, 17 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Flor de Liz
Há, neste ponto do velho oeste onde eu vivo, um supermercado que enche, lota, congestiona mesmo nos finais de semana de chuva ou véspera de datas festivas.
Em nada se parece com o “Flor de Liz – Mini Mercado e Bazar”, onde uma noninha (ou vovó, como queiram) anota tua dívida na caderneta enquanto a neta empacota tuas compras. Não, não.
Trata-se de estabelecimento renomado, com filiais e tal. Os donos da bola e do campinho, entende? Muito bem integrado à lógica capitalista de acumulação de plata e sacaneamento de funcionários. Sim, pois o tal funciona de segunda a sábado, até todas as estrelinhas iluminarem o céu, e (em regra) aos domingos também.
Já me disseram (assim, na cara): Êta pensamento provinciano! Quer o quê? Que o mercado feche às seis?? Respondo: Não precisaria nem fechar. Nunca. Implico apenas porque quando se trata de jornada de trabalho, não sou só provinciana. Sou provinciana católica fervorosa, daquelas de guardar domingos, festas de guarda e tudo o mais.
Vai daí que eu adoraria acreditar que todos ali trabalham em turnos civilizados, não submetidos ao tal Banco de Horas, onde o domingo em que você ralou e não ficou com seus filhos, amigos e netos, pode ser “guardado” e “gozado” numa outra oportunidade acordada entre você e seu patrão. Por exemplo, numa terça-feira, pra você assistir sessão da tarde enquanto faxina. Adoraria realmente. Mas minha pouca crença no sistema e o fato de ver sempre as mesmas carinhas, toda vez e em qualquer horário em que faça minhas compras, não me permitem.
Vejamos, cobram bem, exploram a peonada e tem aquele ar bem sucedido. Climatizadores, pinturas novas, música ambiente e logomarca espalhada em tudo quanto é canto, pra você não esquecer onde está.
E pra alimentar um pouco minha implicância, tem ainda a limitação de vagas para carros no estacionamento coberto. Quando tomo um banhão de chuva porque não acho vaga coberta, não consigo deixar de pensar que, POXA! Os caras não iam ficar pobres por cobrir também as... sei lá... oitenta, cem vagas restantes. Ou será que tem clientes que preferem vagas ao ar livre, maior contato com a natureza?
Sou mais a noninha. Se bobear, ela ainda me oferece um guarda-chuva até o carro.
Em nada se parece com o “Flor de Liz – Mini Mercado e Bazar”, onde uma noninha (ou vovó, como queiram) anota tua dívida na caderneta enquanto a neta empacota tuas compras. Não, não.
Trata-se de estabelecimento renomado, com filiais e tal. Os donos da bola e do campinho, entende? Muito bem integrado à lógica capitalista de acumulação de plata e sacaneamento de funcionários. Sim, pois o tal funciona de segunda a sábado, até todas as estrelinhas iluminarem o céu, e (em regra) aos domingos também.
Já me disseram (assim, na cara): Êta pensamento provinciano! Quer o quê? Que o mercado feche às seis?? Respondo: Não precisaria nem fechar. Nunca. Implico apenas porque quando se trata de jornada de trabalho, não sou só provinciana. Sou provinciana católica fervorosa, daquelas de guardar domingos, festas de guarda e tudo o mais.
Vai daí que eu adoraria acreditar que todos ali trabalham em turnos civilizados, não submetidos ao tal Banco de Horas, onde o domingo em que você ralou e não ficou com seus filhos, amigos e netos, pode ser “guardado” e “gozado” numa outra oportunidade acordada entre você e seu patrão. Por exemplo, numa terça-feira, pra você assistir sessão da tarde enquanto faxina. Adoraria realmente. Mas minha pouca crença no sistema e o fato de ver sempre as mesmas carinhas, toda vez e em qualquer horário em que faça minhas compras, não me permitem.
Vejamos, cobram bem, exploram a peonada e tem aquele ar bem sucedido. Climatizadores, pinturas novas, música ambiente e logomarca espalhada em tudo quanto é canto, pra você não esquecer onde está.
E pra alimentar um pouco minha implicância, tem ainda a limitação de vagas para carros no estacionamento coberto. Quando tomo um banhão de chuva porque não acho vaga coberta, não consigo deixar de pensar que, POXA! Os caras não iam ficar pobres por cobrir também as... sei lá... oitenta, cem vagas restantes. Ou será que tem clientes que preferem vagas ao ar livre, maior contato com a natureza?
Sou mais a noninha. Se bobear, ela ainda me oferece um guarda-chuva até o carro.
Segundona!!
Filhotes de volta ao lar. Oba!!
O pequerrucho me fez levá-lo no futebol caminhando. Disse que seria mais divertido.
Ele estava certo, é mais divertido e muito pertinho também, hehe...
O pequerrucho me fez levá-lo no futebol caminhando. Disse que seria mais divertido.
Ele estava certo, é mais divertido e muito pertinho também, hehe...
domingo, 15 de abril de 2007
Sweet Weekend
Mousse de chocolate ou de maracujá? Ambas. Juntas. O contraste é bonito demais. O gosto então, DEUSOLIVRE...
*
Chuva. Friozinho. Chá. Filminho. Edredon.
QUASE perfeito?? Fala sério! Perfeito e meio.
*
Coloquei pela primeira vez esse ano, minhas pantufas do Pluto... A face mais aconchegante do inverno. Hummmmm
*
Chuva. Friozinho. Chá. Filminho. Edredon.
QUASE perfeito?? Fala sério! Perfeito e meio.
*
Coloquei pela primeira vez esse ano, minhas pantufas do Pluto... A face mais aconchegante do inverno. Hummmmm
Resolvi exercitar meus (escassos) dons culinários. Óóó!! E todos que comeram parecem estar bem, continuam amistosos comigo e tal. Legal, né?!
*
Tantantan... tantantan... "Vc guiou como um campeão" - Jean Todd para F. Massa.
sábado, 14 de abril de 2007
THIS IS SPARTA!!!
Não dá vontade de rir quando você vê uma pessoinha bem pequena, recém chegada mesmo, dominando ou pelo menos tumultuando bastante a cena?
Nove e meia da noite. Algum tratado internacional (desses que valem pacas, assinado pelo Busch e tal), um alinhamento de planetas ou uma voz vinda do além estabeleceu que nesse horário, o bebê dorme. Apenas isso justifica a obstinação, teimosia e outros bichos da jovem mãe.
Seja qual for a tal força determinante, o moleque se empenha em mostrar que ela (a força) não manda nele. Não mesmo!
Começa o entrevero. No melhor estilo espartano, destemido e sem noção. Não haverá negociação, tampouco rendição. O bebê está disposto a morrer, já que não sabe o que é isso, ou enlouquecer a mamãe (o que vier primeiro), para resguardar o sagrado direito à liberdade de ficar acordado e de caminhar pela casa com os pés descalços.
O anjinho tem os ideais e a coragem. Ainda falta, entretanto, discernimento. Com sua visão limitada da vida, ignora que a face mais poderosa da dominação, quando temos apenas dois anos, chama-se Mamãe. E ela não tá pra brincadeira não, minha gente. Também não pretende fazer prisioneiros. Ou dorme, ou... prepare-se para a glória!! Afinal, foi de suas veias que o moço herdou o sangue birrento.
Todas as luzes da casa são apagadas. A TV permanece ligada, mas sem volume. As visitas estão tensas. Sim, meu povo... tem platéia. Mas ninguém torce, nem aplaude. Até porque, o silêncio é condição imperativa para a chegada do soninho.
- Pegue o bico, o nãna... e venha já aqui!
O moleque sorri com a chupeta na boca – Não mamã!
- Vou contar até três. Um... dois... – E paft! Um tapinha na fralda. Golpe baixo. Não era até três? Tá que o bebê não sabe contar, e daí?
Ainda assim, trata-se de um (pequeno) homem livre, que aprendeu a não demonstrar dor e que continua muito bem-humorado. Rindo alto, corre para traz da muralha, digo, poltrona.
A dominação usa sua face mais doce:
- Vem aqui no colinho que a mami te dá um xêro...
Ele joga beijo de longe. E ri.
Em seguida, a face mais inescrupulosa:
- Mamãe tá tão triste com o bebê... – Pasmem: Ela esconde o rosto nas mãos e finge CHORAR. Nosso herói, mostrando um autocontrole invejável, leva as mãozinhas ao rosto e ensaia um choramingo fingido também.
Por fim, toda descabelada, suada, olhos em chamas, revela-se a ditadura escancarada. Mami ergue o pestinha e dá uma sacudidinha, como a gente faz com celular sem sinal (no caso do celular também não adianta). Depois, segura-o bem firme junto ao peito. E solta a derradeira:
- Chega de ser boazinha. Teimosinho! Tó o bico, tó o nãna... e agora vamos dormir, mocinho! – E começa a se balançar para frente e para traz entoando uma espécie de mantra – mhummm, mhummm, mhummm...
Nenhum dos presentes, embora tenha acompanhado a demanda desde seu início, tem condições de entender o que realmente se passa ali. Há, é certo, outras mães na sala; mas elas pouco sabem sobre o amor e as batalhas. Sobre o amor às batalhas então, bah!
Em sinal de respeito, ninguém aguarda a rendição do pequeno soldado que choraminga. Em vez disso, despedem-se de ambos de forma consternada. O caminho para casa é de profunda reflexão. Disciplina... Liberdade... Obediência... Honra...
Mas sabe aquela vontade de rir?! Agora já pode.
Nove e meia da noite. Algum tratado internacional (desses que valem pacas, assinado pelo Busch e tal), um alinhamento de planetas ou uma voz vinda do além estabeleceu que nesse horário, o bebê dorme. Apenas isso justifica a obstinação, teimosia e outros bichos da jovem mãe.
Seja qual for a tal força determinante, o moleque se empenha em mostrar que ela (a força) não manda nele. Não mesmo!
Começa o entrevero. No melhor estilo espartano, destemido e sem noção. Não haverá negociação, tampouco rendição. O bebê está disposto a morrer, já que não sabe o que é isso, ou enlouquecer a mamãe (o que vier primeiro), para resguardar o sagrado direito à liberdade de ficar acordado e de caminhar pela casa com os pés descalços.
O anjinho tem os ideais e a coragem. Ainda falta, entretanto, discernimento. Com sua visão limitada da vida, ignora que a face mais poderosa da dominação, quando temos apenas dois anos, chama-se Mamãe. E ela não tá pra brincadeira não, minha gente. Também não pretende fazer prisioneiros. Ou dorme, ou... prepare-se para a glória!! Afinal, foi de suas veias que o moço herdou o sangue birrento.
Todas as luzes da casa são apagadas. A TV permanece ligada, mas sem volume. As visitas estão tensas. Sim, meu povo... tem platéia. Mas ninguém torce, nem aplaude. Até porque, o silêncio é condição imperativa para a chegada do soninho.
- Pegue o bico, o nãna... e venha já aqui!
O moleque sorri com a chupeta na boca – Não mamã!
- Vou contar até três. Um... dois... – E paft! Um tapinha na fralda. Golpe baixo. Não era até três? Tá que o bebê não sabe contar, e daí?
Ainda assim, trata-se de um (pequeno) homem livre, que aprendeu a não demonstrar dor e que continua muito bem-humorado. Rindo alto, corre para traz da muralha, digo, poltrona.
A dominação usa sua face mais doce:
- Vem aqui no colinho que a mami te dá um xêro...
Ele joga beijo de longe. E ri.
Em seguida, a face mais inescrupulosa:
- Mamãe tá tão triste com o bebê... – Pasmem: Ela esconde o rosto nas mãos e finge CHORAR. Nosso herói, mostrando um autocontrole invejável, leva as mãozinhas ao rosto e ensaia um choramingo fingido também.
Por fim, toda descabelada, suada, olhos em chamas, revela-se a ditadura escancarada. Mami ergue o pestinha e dá uma sacudidinha, como a gente faz com celular sem sinal (no caso do celular também não adianta). Depois, segura-o bem firme junto ao peito. E solta a derradeira:
- Chega de ser boazinha. Teimosinho! Tó o bico, tó o nãna... e agora vamos dormir, mocinho! – E começa a se balançar para frente e para traz entoando uma espécie de mantra – mhummm, mhummm, mhummm...
Nenhum dos presentes, embora tenha acompanhado a demanda desde seu início, tem condições de entender o que realmente se passa ali. Há, é certo, outras mães na sala; mas elas pouco sabem sobre o amor e as batalhas. Sobre o amor às batalhas então, bah!
Em sinal de respeito, ninguém aguarda a rendição do pequeno soldado que choraminga. Em vez disso, despedem-se de ambos de forma consternada. O caminho para casa é de profunda reflexão. Disciplina... Liberdade... Obediência... Honra...
Mas sabe aquela vontade de rir?! Agora já pode.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Eu só quero chocolate...
Não me considero chocólatra, não mesmo.
O fato de vc depender de um tantinho de algo (diariamente) pra ficar bem-humorada e não ter dor de cabeça, não faz de vc um "ólatra", né?!
Tá que minhas memórias mais remotas me estampam como uma tripinha de gente mendigando um "coate". Pergunto: e daí??
Já na pós-adolescência, criadinha mesmo, ainda revirava a pasta do papi atrás da barra gigante de chocolate ao leite que ele trazia das viagens. Bons tempos.
Hoje, na hora de dar um nome ao blog tentei lembrar de algo que realmente me revelasse, que tivesse a ver com meu temperamento, caráter... Algo que identificasse o mais imutável em mim... Pois é, tá aí.
O fato de vc depender de um tantinho de algo (diariamente) pra ficar bem-humorada e não ter dor de cabeça, não faz de vc um "ólatra", né?!
Tá que minhas memórias mais remotas me estampam como uma tripinha de gente mendigando um "coate". Pergunto: e daí??
Já na pós-adolescência, criadinha mesmo, ainda revirava a pasta do papi atrás da barra gigante de chocolate ao leite que ele trazia das viagens. Bons tempos.
Hoje, na hora de dar um nome ao blog tentei lembrar de algo que realmente me revelasse, que tivesse a ver com meu temperamento, caráter... Algo que identificasse o mais imutável em mim... Pois é, tá aí.
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